Bem, é uma longa história. Duas, na verdade, que se entrelaçaram com a minha...vou tentar ser breve.
Quando voltei de Santo André para Itanhaém, disse que uma vez tendo optado por morar em casa, eu queria ter um cachorro. Mas não um cachorro qualquer. Disse ao Ed que queria adotar o cachorro mais feio, torto, fedorento, "craquento e remelento", o mais repugnante de todos, aquele que ninguém jamais quereria chegar perto.
Era meio brincadeira, afinal já tínhamos dez gatos, mas se um dia resolvêssemos adotar, assim é que eu queria o meu cachorro.
No dia da mudança, quando saímos do ap alugado até encontrar uma casa para comprar, aparece um filhotinho na chuva, meio cambaleando, na portaria do prédio. Estava escuro....falei com minha mãe e recolhi. Era uma menina. Levei para a casa dela. Dei banho, alimentamos e no dia seguinte amanheci na vet...
bem...tinha piolhos, desnutrição, fungo, vermes, infecção na pele, e não soubemos ao certo se as feridas eram sarna, ou decorrentes dos piolhos....
A pequena ia chamar "joaninha", escolha feita pela minha sobrinha Maria.
Minha mãe passou apenas uma noite com ela e concluiu que era terrível demais. Não a quis....
O Ed então me disse: você não queria um cachorro feio??? Olha aí. Conseguiu.
Tratamos aquela pequena coisinha terrível (por que será que todos os meus bichos são terríveis e sequelados??? todo animal parece com o dono??? será isso??hihihihi)
Ela não poderia mais chamar joaninha, absolutamente. Não parava quieta nunca. "Juca Bala". Eu sei que é nome de menino, mas não poderia ser outro!!!!
Um dos requisitos básicos para a compra da casa, era não haver nas redondezas nenhum animal abandonado, faminto ou moribundo....já eram dez gatos e um cachorro maluco, putz....
Quando voltei de Santo André para Itanhaém, disse que uma vez tendo optado por morar em casa, eu queria ter um cachorro. Mas não um cachorro qualquer. Disse ao Ed que queria adotar o cachorro mais feio, torto, fedorento, "craquento e remelento", o mais repugnante de todos, aquele que ninguém jamais quereria chegar perto.
Era meio brincadeira, afinal já tínhamos dez gatos, mas se um dia resolvêssemos adotar, assim é que eu queria o meu cachorro.
No dia da mudança, quando saímos do ap alugado até encontrar uma casa para comprar, aparece um filhotinho na chuva, meio cambaleando, na portaria do prédio. Estava escuro....falei com minha mãe e recolhi. Era uma menina. Levei para a casa dela. Dei banho, alimentamos e no dia seguinte amanheci na vet...
bem...tinha piolhos, desnutrição, fungo, vermes, infecção na pele, e não soubemos ao certo se as feridas eram sarna, ou decorrentes dos piolhos....
A pequena ia chamar "joaninha", escolha feita pela minha sobrinha Maria.
Minha mãe passou apenas uma noite com ela e concluiu que era terrível demais. Não a quis....
O Ed então me disse: você não queria um cachorro feio??? Olha aí. Conseguiu.
Tratamos aquela pequena coisinha terrível (por que será que todos os meus bichos são terríveis e sequelados??? todo animal parece com o dono??? será isso??hihihihi)
Ela não poderia mais chamar joaninha, absolutamente. Não parava quieta nunca. "Juca Bala". Eu sei que é nome de menino, mas não poderia ser outro!!!!
Um dos requisitos básicos para a compra da casa, era não haver nas redondezas nenhum animal abandonado, faminto ou moribundo....já eram dez gatos e um cachorro maluco, putz....
Fiquei feliz e o Ed comprou a casa.

Um belo dia (na verdade era noite), visitamos a casa e íamos voltando felizes com a mudança próxima e o término da procura angustiante. Nossa rua é cercada pela Mata atlântica, cheia de flores e toda perfumada....
Um cachorro me chamou a atenção lá na frente....ele andava meio torto.
Uma hora gritou e correu...não tinha ninguém perto, mas ele gritou como se tivesse sido chutado e correu para o lado. Achei estranho e fiquei meio apavorada. Achei que estivesse doente....
Um cachorro me chamou a atenção lá na frente....ele andava meio torto.
Uma hora gritou e correu...não tinha ninguém perto, mas ele gritou como se tivesse sido chutado e correu para o lado. Achei estranho e fiquei meio apavorada. Achei que estivesse doente....

Acabamos passando por ele. Estava escuro, mas mesmo asim deu prá notar que tinha alguma coisa horrível na cabeça. Fiquei horrorizada e voltei pro ap chorando, o Ed passado, putz, não queríamos nenhum sofrimento por perto e aquilo me pareceu pior do que tudo que já tinha visto....

Nossa casinha precisou de alguns reparos e a mudança demorou alguns dias. Não vi mais o cachorro. Achei que algo tão terível ja o teria matado, fosse lá o que fosse.

Uma bela tarde, enquanto voltava, ele apareceu ao meu lado, assim do nada. Meu Deus, era muito pior....ele andava com a cabeça pendendo para o lado, pingando, e ficou me olhando. Parei, ele também parou. Andei novamente e ele me acompanhou. Parei, novamente ele parou. Voltei a andar, ele seguiu ao meu lado.
Aí foi só desespero.
Aí foi só desespero.








E finalmente o Doutor João. Infinitas bondade, competência e generosidade. Sem ele nada teria sido possível. Prontamente veio do seu consultório (nenhum outro vet quis vir vê-lo....tratar então, nem pensar....),e cuidou dele com uma dedicação que só os bons de coração tem.Fazia visitas diárias, trazia salsicha, correu risco de ser mordido tantas vezes, foi incansável no tratamento, e na paciência comigo também, jamais poderei agradecer o suficiente.
Eu vivo esbarrando em anjos disfarçados de gente...
Eu vivo esbarrando em anjos disfarçados de gente...


Foi assim então que consegui finalmente o cachorro mais feio, torto, fedorento, "craquento e remelento", o mais repugnante de todos, aquele que ninguém jamais quereria chegar perto, hihihihihi....ele é meu amigo, embora eu saiba que ele tem seus traumas. Não posso chegar perto com qualquer tipo de medicamento, algodão, gaze, nem mesmo papel higiênico....a herança que nos foi deixada por tantos maus tratos e tanta dor. Ficou lindo, é normalmente dócil, aprendeu a roer ossinhos, abanar o rabo, sentar, mas é um animal intratável, o único jeito de tratá-lo seja lá do que for é "laçando" com o cabo de aço e anestesiando....achei que ele ia brigar com a Juca Bala, trazê-lo para cá foi tenso...mas se tornaram amigos inseparáveis!!!!
Assim foram nossas histórias. Assim ganhamos novos amigos, e eles, hoje são lindos, terão uma vida feliz e confortável pelo resto de seus dias. Serão amados e bem alimentados, terão carinho e atenção. Não importa como suas histórias começaram. Os dias de abandono ficaram para trás. Quem ganhou mais com isso??? Ah, acho que fomos eu e o Ed. Apesar do sacrifício, preocupação, gastos, somos amados incondicionalmente, e isso compensa todo o esforço....



